Os dois amores de Hugo Flores - Felipe Fagundes
>> segunda-feira, 9 de junho de 2025
FAGUNDES, Felipe. Os dois amores de Hugo Flores. Rio de Janeiro: Editora Paralela, 2025. 352p.
"- O arco-íris há de brilhar neste país!
Aparentemente, cabia a Hugo erradicar a homofobia do Brasil, mesmo sendo um gay com insuficiência de brilho." p.49
Quem leu Gay de família aguardava ansiosamente pelo novo livro do Felipe Fagundes. Suas histórias entregam risadas garantidas e muita vergonha alheia, aquele humor de rir alto que só quem ama chick-lit e lad-lit entende. No melhor estilo Sophie Kinsella e Marian Keys, confiram o que achei de Os dois amores de Hugo Flores!
Hugo Flores tem 24 anos, é solteiro e está em busca do sucesso profissional que ele sabe que irá alcançar. Filho único, cresceu em Fiofó do Oeste, uma cidade do interior desconhecida por todos, e seus pais a vida inteira disseram: Você vai longe Hugo, você é um foguete! E isso era tudo o que ele queria, construir uma carreira de sucesso e vencer na vida, ajudar os pais, alcançar o tão sonhado sucesso que ele nem sabia muito bem como seria.
E assim ele se formou na área de informática e conseguiu o emprego dos seus sonhos no Rio de Janeiro, na Gira-Gira Sistemas. Tudo o que ele queria era desenvolver um aplicativo que tinha criado, mas seus colegas pareciam nunca trabalhar, a dona da empresa nunca estava lá e o sucesso parecia consistir em desenvolver uma gastrite de tanto tomar café.... e ele nem gosta de café!
Até que um dia Hugo descobre que a empresa está indo pior do que ele imaginava e que para evitar a falência irá implantar grandes mudanças. Quase todo mundo é demitido, a empresa agora se chama Bunker tecnologia e uma nova "líder" é contratada para administrar a nova empresa. Verônica Rico é enérgica, ambiciosa e enxerga em Hugo o futuro da empresa (ou o próximo programador inocente que ela pretende explorar).
Ela transforma a ideia de Hugo em um aplicativo de pegação; e Hugo, que nunca nem namorou, não se considera preparado para este desafio. Desesperado, gritando (literalmente) o quanto não entende nada sobre sexo hehehe, Hugo conhece João Bastos, um colega muito implicante e muito, muito charmoso, que irá colocar em cheque muito do que Hugo pensa sobre a vida, a carreira, e claro, os relacionamentos.
Hugo sabe que é gay, sempre soube, embora não exista gay em Fiofó do Oeste, claro. Mas seu conhecimento sobre o assunto é nulo. Hugo nunca namorou, nunca beijou um homem, nunca... nada. Ele tem duas melhores amigas e os três dividem o aluguel do apartamento onde moram e são inseparáveis. Jamille é concurseira e passa dias e noites no apartamento estudando. E Agnes tem um emprego que paga as contas, não se preocupa muito com a carreira e aproveita o seu tempo livre em muitas baladas e encontros.
Acreditando que o novo projeto é a chance de sua vida, Hugo se dedica totalmente ao trabalho, deixando tudo de lado e ficando cada vez mais cansado e ansioso. Mas ele nasceu para ser um foguete, e é isso o que esperam dele, certo?
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Esse livro entregou tudo o que eu esperava e mais um pouco! Adorei!! É fofo, divertido, trabalha temas sérios de forma muito leve e tem um romance lindo.
Hugo é um protagonista excelente, dá vontade de ser amigo dele, de dar conselhos, de dar um abraço. Gostei muito mais dele do que do Diego (protagonista de Gay de Família), mas no geral achei este livro melhor. Mais maduro, com um enredo mais interessante e personagens melhores. Gostei muito de Agnes e Jamille, as amigas de Hugo, e o João é um fofo.
O enredo é interessante, achei o começo meio lento e repetitivo (não aguentava mais ler Fiofó do Oeste), mas depois se desenvolve bem. Teve muitos momentos de boas risadas, ri alto em algumas cenas e tem aquele humor sem noção que eu amo! Por isso acho que lembra bastante o estilo da Kinsella, quem for fã da autora tenho certeza que vai gostar. O romance se desenvolve devagar e adorei todas as interações entre o casal. Este tem mais romance, tem até uma cena quase hot que curti muito.
Achei o drama meio exagerado, mas depois deu para entender os motivos (estou até agora tentando entender o que é ser assexual, mas gostar de sexo, isso deu nó na cabeça kkk). A parte do burnout também é interessante e eu morri de ódio da tal Verônica até o final, e com raiva de Hugo também porque não é possível ser tão inocente assim rs.
Achei o final um pouco corrido, mas adorei como terminou. E fiquei feliz por ter um epílogo. [ALERTA DE SPOILER] Eu queria uma interação com os pais dele (que eu já gostei sem conhecer) quando ele volta para casa, queria mais daqueles três cachorros loucos após a adoção e queria mais sobre o reencontro do casal e o relacionamento deles. [FIM DOS SPOILERS].
Indico para todo mundo que curte chick-lit e adora romances leves e divertidos. Para quem nunca leu um romance LGBTQIAPN+, está aí um ótimo livro para começar, leiam!
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Avaliação (1 a 5):