Top 10: Os dez melhores livros de 2021

>>  sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

 

Venho aqui, no último post do Blog de 2021 apresentar pela primeira vez os meus livros favoritos do ano. Isso me traz muita alegria pois, 1. Eu AMO fazer listas e 2. É uma excelente forma de agradecer todos vocês: A Nanda pela oportunidade, a Evelyn pela companhia e todos os comentaristas fiéis ou de passagem que sempre deixam uma palavra simpática e de apoio aos meus textos e resenhas. Vocês me dão ânimo para continuar escrevendo, compartilhando a minha opinião, minhas notas tidas como rígidas e novos projetos.
 
O Viagem Literária continua firme e forte apesar das novas tendências de comentários e resenhas de livros. Eu tenho um grande prazer em escrever e ler textos mais completos e bem elaborados, então sou fiel adepta às resenhas de livros. Para mim é algo muito natural: a escrita sobre algo que foi escrito. 2021 marcou a minha participação mais constante por aqui e, consequentemente, um ano de leituras muito frutíferas. Não foram tantos livros – 41 ao todo – mas algumas leituras me marcaram profundamente e esse ano marca um recorde: pela primeira vez tive 3 livros 5 estrelas e um 4.5 estrelas, sendo o melhor ano neste sentido desde que comecei a controlar as minhas notas, lá em 2009! Não tem como reclamar de um resultado assim, certo?
 
2021 para mim foi um típico ano intermediário, de mover os pauzinhos para planos futuros. Talvez seja um ano que eu esqueça no futuro por que não tive nenhum grande marco, mas foi um ano de muita reflexão, auto análise e cuidado com a minha saúde mental. As leituras ficaram em livros clássicos ou alguns textos que me chamavam a atenção, e tenho muita alegria de ter participado de dois projetos por aqui: A Leitura Coletiva, que vêm expandindo meu mundo literário e apresentando novas amigas ávidas por ler e conversar sobre livros; e o Projeto Agatha Christie, onde ganhamos companhia para ler as obras daquela que talvez seja um dos maiores nomes da literatura mundial. Apresento para vocês a minha lista, com alguns títulos que me marcaram nesse ano e alguns que certamente levarei para a vida. Vamos lá?

10. Menina Má – William March

Resenha disponível AQUI



O escolhido para a 10ª Leitura Coletiva do blog passou raspando, mas acaba abocanhando a 10ª posição desta lista. Essa escolha é um pouco polêmica pois o livro tem alguns defeitos claros que eu narro na minha resenha, mas o fato é que poucas leituras me fascinaram tanto quando a história de Rhoda Penmark uma criança simplesmente má. Eu me pegava pesquisando documentários sobre o tema, estudando o assunto, conversando com amigos psicólogos e refletindo sobre a influência desta história da literatura. Quantos vilões surgiram depois de Rhoda, quando March teve a coragem de colocar o mal em uma garotinha loirinha bem criada? Uma porta foi escancarada e um gênero surgiu depois disso, fazendo com que hoje tenhamos livros incríveis e até mais bem escritos do que esse. Foi uma experiência fascinante e engajante e que pude compartilhar com outras pessoas. Merece um lugar ao sol!

 



9. A Menina que Contava Histórias – Jodi Picoult

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Sabe aquele livro que aparece na sua vida por acaso, sem qualquer planejamento ou conhecimento prévio? A Menina que Contava Histórias simplesmente caiu no meu colo e eu comecei a ler e pronto, fisgada estava! Sempre fugi da Jodi Picoult por achar que ela gostava de escrever um drama exagerado, mas fui surpreendida pela história de Sage Singer e sua avó, uma sobrevivente do holocausto. O livro ainda tem muito drama, mas fui surpreendida por uma história bem tecida e muito bem elaborada, com doses de drama, romance, suspense e personagens realmente cativantes. Quem me conhece sabe que eu fujo de romances passados na 2ª Guerra Mundial, mas esse não me incomodou tanto, pois mesclava narrativas do passado com o presente, bem como uma história com um mistério que me deixou ligada e envolvida desde o princípio. Terminei o livro sem conseguir achar muitas críticas à escrita e a como o enredo foi bolado e tive que me render: Jodi Picoult sabe contar uma história!



8. O Misterioso Caso de Styles – Agatha Christie

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Assassinato? Temos! Envenenamento? Temos! Quarto trancado? Temos! Inúmeros suspeitos com os mais diferentes motivos? Temos! Testamento destruído? Presente! Hercule Poirot? Aí sim! O primeiro livro da Rainha do Crime, Agatha Christie (carinhosamente conhecida como A Gata Triste na sessão de comentários) vem trazendo tudo e mais um pouco. É uma leitura fácil, divertida e que marca um Projeto que pretendemos levar por muito tempo aqui, uma viagem pelo mundo da literatura policial. O livro acaba roubando a 8ª posição da lista pela qualidade de uma escrita estreante e por abrir com chave de ouro uma incrível jornada que tanto marcou a minha vida e que repetirei agora com vocês!



7. A Montanha Mágica – Thomas Mann


Resenha ainda não disponível



A 7ª posição fica com um dos grandes clássicos da literatura mundial e um livro que me persegue desde os meus 15 anos. Vencedor do Nobel de literatura, o alemão filho de uma brasileira Thomas Mann sempre fez parte da minha lista de desejados. Dele já li “Morte em Veneza”, uma tentativa de me familiarizar com alguém tão venerado que me intimidava. Mann é o autor favorito do meu pai e seus livros sempre me encararam na prateleira, esperando o momento de eu estar pronta para encará-los. Mas especificamente A Montanha Mágica, talvez a sua obra prima, ela me olha há 20 anos, e 2021 foi o ano que decidi estar preparada para tentar encarar escalar essa montanha do simbolismo, da sociologia, da magia, do tempo parado e da crítica à sociedade europeia antes e após a primeira guerra. O nome do livro não é em vão, pois a leitura se equipara a escalar uma montanha. Temos que ir devagar, guardando o fôlego, devagar e sempre para não desistir e abandonar. O resultado? Alcançar o topo da montanha era um dos meus objetivos da minha vida literária, e estou muito feliz por ter cumprido esse desafio. A história de Hans Castorp em um sanatório suíço, interagindo com os diversos pacientes, me marcou e é um marco tão significativo que ainda não consegui organizar as ideias para escrever a resenha deste livro. Mas um dia ela sai!



6. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski

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A literatura russa sempre nos reservas leituras marcantes, não é mesmo? Esse é o caso de Crime e Castigo, livro da 5ª Leitura Coletiva que me mostrou complexidade de uma história e será para sempre uma referência quando falar em obra-prima. Ao nos apresentar sobre a vida, o crime e os dilemas de Rodion Raskólnikov, Dostoiévski conseguiu unir debates sobre religião, culpa, redenção, pobreza, pátria, amor, psique... são temas plurais e infinitos e meu queixo cai em pensar como uma história pode ser tecida em tão alto nível. Esse ainda não foi um livro 5 estrelas para mim pois algumas passagens são bem lentas, mas é um livro que para sempre vou lembrar pela complexidade e simplicidade de seus temas e as discussões daí geradas. Foi uma obra incrível para uma leitura coletiva e que marcou um dos melhores encontros, com todo mundo contribuindo um pouco com os diversos significados do livro. Uma experiência brutal, rica e questionadora.  Terminei a leitura em março, no início do ano, e até hoje consigo me lembrar da angústia social, o medo, a preocupação, a raiva, a confusão em todos os personagens, das mais diversas origens e com os mais diversos caráteres.


5. No Bosque da Memória – Tana French


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O livro de Tana French, primeiro da série Dublin Murder Squad, é outra leitura do início do ano que sobreviveu ao tempo e garante a 5ª posição desta lista. Eu adoro literatura policial, e este foi o melhor exemplar que li no ano, logo em janeiro, e nenhum outro conseguiu o tirar deste posto. O que eu mais gostei da história foi como os personagens possuem falhas bastante humanas e podem não ser pessoas muito boas, fugindo do estereótipo anti-herói tão comum nesse gênero. Adam Ryan é um detetive em Dublin que acaba investigando um caso que ele não devia investigar por ter conexões com seu passado, vai se enrolando na busca de sua verdade e acaba perdendo as rédeas do caso em questão. Os personagens secundários são interessantes, bem escritos e o estilo da autora me conquistou. O final pode ser um pouco controverso, mas bati palmas de pé por ser muito coerente e corajoso. Com certeza lerei o segundo livro da série em 2022 já com as expectativas bastante elevadas!



4. As Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle
Resenha ainda não disponível

2021 marcou meu encontro com o detetive mais famoso do mundo: Sherlock Holmes! Em outubro comecei a ler as aventuras desta controversa, mas conhecida figura, devorando “Um Estudo em Vermelho” e “O Signo dos Quatro”. Sem me encantar com a história e o personagem, começava a duvidar do sucesso dos livros e a qualidade das obras, até que me deparei com o terceiro livro do detetive, As Aventuras de Sherlock Holmes, e todo o caráter lendário do personagem fez sentido. O livro é um primor e consolida Arthur Conan Doyle como um dos melhores escritores de contos que já li nos últimos anos, para não falar na vida. Os livros anteriores eram arrastados e longos, o que foi corrigido com o dinamismo das histórias, muito interessantes, criativas e simplesmente irresistíveis. O livro traz 12 contos do detetive e seu fiel amigo-ajudante-colega Watson, e destaco aqui alguns de meus favoritos: O Homem da Boca Torta, O Carbúnculo Azul e O Nobre Solteirão. Não tivemos tempo de publicar as resenhas esse ano, mas certamente teremos mais de Sherlock Holmes por aqui em 2022!


3. O Homem que Morreu Duas Vezes – Richard Osman
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De longe o livro mais divertido do ano! O segundo livro da série que se iniciou em O Clube do Crime das Quintas-Feiras, temos mais uma aventura dos idosos mais ativos e divertidos do pedaço. Desta vez, Elizabeth, Joyce, Ron e Ibrahim se encontram no meio de um roubo de diamantes avaliados em 20 milhões de libras, e dessa vez não são páreo nem para o serviço secreto britânico. O primeiro livro me agradou e é uma leitura que indico e inclusive presenteei pessoas nesse final de ano, mas o segundo livro consegue ser ainda melhor. Enquanto o primeiro perdia preciosas páginas nos apresentando à casa de repouso e aos personagens, o segundo já chega mergulhado no caso e pode dar muito mais ênfase no dia a dia dos velhinhos mais amados da literatura. Eu literalmente chorei de rir, é leve, divertido e imperdível, o tipo do livro que não tem como errar! Ao terminar a leitura me peguei pensando em que nota dar, pois é um livro mais leve do que eu normalmente leio. Mas como consigo tirar nota de algo que me divertiu tanto, me fez tão bem e cumpre perfeitamente todos seus propósitos e objetivos? É 5 estrelas sim, e já me deixa ávida esperando as próximas aventuras dessa trupe incrível!
 

2. Torto Arado – Itamar Vieira Júnior
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Para mim, o melhor livro nacional dos últimos tempos. Torto Arado conseguiu algo impossível: ser unanimidade na era do cancelamento e das redes sociais. Eu fui picada pelo mosquito da curiosidade e, no início do ano mergulhei na história das irmãs Bibiana e Belonísia, quilombolas na chapada diamantinense. Sabe aquele livro que você lê já sabendo que é um clássico e que para sempre será estudado e falado? Essa é a honra de ler esse brilhante texto de Itamar Vieira Júnior, que esbanja sensibilidade e uma complexa simplicidade para nos mostrar a luta da mulher brasileira. E muito mais além! Quando li, achei o livro muito bom e de cara um ícone da literatura nordestina. Agora, alguns meses depois, tenho uma visão ainda maior do que ele é e representa. Vai além do Nordeste, vai além da mulher, vai além das questões sociais. É um livro que quanto mais você pensa sobre, mais você descobre o quanto ele é querido, e há quanto tempo não tínhamos uma obra para amar e defender assim. Como um bom vinho, Torto Arado só melhorou com o tempo e o distanciamento e hoje é um favorito 5 estrelas na minha estante!
 

1. E O Vento Levou – Margareth Mitchell
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Um ano de livros épicos, clássicos da literatura, favoritos na estante, um ano grandioso para a minha vida literária tem que terminar com um livro grandioso no topo. E O Vento Levou, de Margaret Mitchell, é esse livro. Fiquei muito na dúvida sobre as duas primeiras posições, mas ao final decidi por esse clássico da literatura americana por uma simples razão: eu não acredito que esse livro existia esse tempo todo, do jeitinho que eu gosto, e estava ali esperando por mim. É por essa razão que eu continuo desbravando clássicos, eu sei que há pérolas por aí que são exatamente o que eu preciso, eu só ainda não descobri. A história da teimosa, mimada e orgulhosa Scarlett O’Hara definitivamente não envelheceu bem e tem que ser lida com MUITA cautela, mas é um épico com direito a tudo: tragédia, guerra, traição, romance, reconstrução, queda, paixão... O mais engraçado é pensar que eu jamais leria esse livro se não fosse pela 7ª Leitura Coletiva do Blog! Mais uma história de como as vezes sair da zona de conforto pode ser algo muito bom e me trouxe uma narrativa vívida e inesquecível.
 
E agora vamos partir para 2022, que espero ser um ano de muita alegria para todos, e que venham livros incríveis! Nos vemos ano que vem compartilhando esse amor por livros!
 
Feliz Ano Novo!
 
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